
Lourenço Ortigão entrou no mundo da representação por acaso e agora não se imagina a fazer outra coisa. Com 21 anos, é uma das promessas da TVI e não está interessado em desperdiçar a oportunidade. Apaixonado por Sara Matos, quer seguir o exemplo dos pais, casar e viver feliz para sempre. - Como é que reagiu ao receber o convite para integrar o elenco da nova novela da TVI, ‘Eclipse'? - Já estava à espera. Sabia que mais cedo ou mais tarde ia acontecer, porque tenho contrato com a Plural. Sei que vai ser um grande desafio e estou a preparar-me para isso. Foi bom. Estou ansioso. - Já pode revelar alguma coisa sobre a personagem? Vai ser mais maduro do que nos ‘Morangos'? - Posso revelar que vai ser uma personagem bastante diferente. Vai ser mais entusiasmante. - Será vilão? - O público vai identificar-se e ter algum carinho pela minha personagem, espero eu. - Será a sua primeira novela em horário nobre. É uma responsabilidade acrescida... - Há um grande número de pessoas que vêem os ‘Morangos com Açúcar' mas há algumas que admitem e outras não. Claro que agora há uma exigência maior. Acho que é importante para mim, para crescer enquanto actor, ter estes novos desafios e este novo nível de exigência. É isso que me vai dando motivação para querer estar sempre a melhorar e fazer a minha pesquisa de personagem. - Sente que encontrou a sua vocação? - Sim. Eu não estava à espera de fazer nada disto, por isso sinto que encontrei a minha grande paixão. Vocação não sei, só mais tarde é que posso dizer, porque estou muito no início. Não me posso esquecer de que não tenho formação, não sou um actor como é a Sara [Matos, a namorada], por exemplo. O que faço é com base no que sinto. - Mas considera que a Sara está num patamar acima do seu? - Como actriz, claro que sim. Mas sinto que encontrei a minha grande paixão. Se me deixarem optar, eu acho que vou seguir isto. - Tudo começou com um casting... - Foi o primeiro e único casting da minha vida. Foi um convite de um amigo meu, o Paulo Sousa e Costa. Tive de cantar, e achei que me tinha corrido pessimamente. Fui lá ‘numa de desportiva'. Nem sabia que me estavam a avaliar. Comecei a falar com algumas pessoas. Na altura, eles engraçaram comigo e acabei por ser escolhido. Nem sequer fiz o workshop e comecei a gravar logo na semana a seguir. - Estava a estudar Gestão... - Já estava a acabar o segundo ano e deixei umas cadeiras para trás nesse semestre. Durante os ‘Morangos' não consegui conciliar. Neste semestre, como não estive a trabalhar a tempo inteiro, consegui fazer cinco cadeiras, por isso adiantei mais uma parte do curso. - Agora que já experimentou trabalhar como actor, imagina-se como gestor? - Sim. Para mim também é importante este lado de gestor, empresário. Sei que mais tarde vou sentir necessidade de ter o meu próprio negócio e conciliar as duas coisas. - Que negócio gostaria de abraçar? - Gosto muito da área da restauração e imobiliária, mas esta última sei que vai ser difícil. Adoro tudo o que tenha a ver com cozinha. Faço o melhor ‘risoto' que há. Por isso, tenho sempre na cabeça que hei-de abrir um restaurante. - Conheceu o mundo da fama através da cantora Mia Rose, com quem namorou. O que é que achava na altura? - Conheci algumas pessoas deste mundo. Nem sequer tinha uma opinião muito formada porque não estava dentro como estou agora. Ia a alguns eventos com a Mia mas estive sempre à parte. Gostei de toda a gente que conheci. - Ao tornar-se figura pública, perdeu privacidade. Esse lado assustou-o? - Assustou-me mais na teoria do que na prática. As pessoas diziam-me que eu tinha de ter cuidado, mas eu não tenho muito a esconder. Sou o que sou, não há que se possa descobrir. Não acho que tenha um comportamento que não seja exemplar. É raro sair à noite, não bebo, não fumo, não trato mal as pessoas, gosto de ser simpático, sou assim naturalmente. Por isso, as pessoas não têm nada a apontar-me. - O início do seu namoro com a Sara teve muita exposição mediática. Foi fácil lidar com isso? - Não foi fácil, mas ao mesmo tempo estava tão compenetrado na novela e gravava tanto que não tinha tempo para pensar nisso. Não tive sequer de ser aconselhado. Tudo o que eu disse e fiz foi por mim. Se preferi não comentar foi para não criar especulações. Falei na altura certa. Éramos amigos, desde o princípio que nos dávamos bem. A Sara ajudou-me muito e as coisas acabaram por se desenvolver. Assumimos quando devíamos assumir, porque se fosse antes disso estávamos a dizer uma mentira. - Toda essa situação foi posterior ao fim da sua relação com a Mia? - A Mia não estava em Portugal, por isso não falámos com a Imprensa. As coisas foram-se arrastando e as pessoas só souberam naquele momento que eu estava com a Sara, mas obviamente que foi posterior à relação com a Mia. - Mantêm uma relação de amizade? - Sim, sim. - Falam frequentemente? - Não, falamos ocasionalmente. - Quando é que descobriu que estava apaixonado pela Sara? - As coisas foram-se desenvolvendo, como em qualquer relacionamento. Eu apreciava muito na Sara o facto de ela me ajudar, de ser uma grande colega. O mais importante é a amizade que mantemos. Ela nunca menosprezou o facto de eu estar a fazer um grande esforço e de não ter experiência. - Como é que descreve a vossa relação? - Acima de tudo, somos muito amigos. Estamos bem. - Cada um vai ter o seu projecto. Vai ser difícil conciliarem o tempo para estarem juntos? - Já estamos conformados com esta situação. Estamos muito felizes. Ainda bem que a Sara tem outro projecto, é óptimo para ela, e eu também tenho o meu. As coisas continuam, como duas pessoas adultas. Sabemos lidar com isto. Consigo arranjar tempo para a Sara, para os meus amigos e para a minha família. - Disse numa entrevista que vocês são muito diferentes um do outro. Isso é bom? - É preciso saber ser diferente. Isto é, podem ser pessoas diferentes, com personalidades muito fortes e cada uma puxa para o seu lado, ou então podem ser duas pessoas diferentes que cedem e tentam compreender-se. Este é o nosso caso. Somos muito diferentes mas queremos compreender o lado do outro em tudo. Por exemplo, eu sou muito calorento, a Sara é o oposto, então tentamos arranjar uma forma de ficar numa temperatura ambiente, e é isto em tudo. Por outro lado, até percebemos que temos gostos parecidos em coisas que não fazíamos ideia. Faz com que consigamos abrir as nossas mentes e horizontes e descubramos coisas novas. É isso que faz com que as coisas sejam tão entusiasmantes e tão boas. Segundo a minha visão, se forem duas pessoas muito parecidas pode ser bom, mas também se torna muito monótono. - Era um bom aluno na infância? - Razoável. Fui um excelente aluno até uma certa idade e depois tornei-me razoável, porque ao mesmo tempo jogava golfe e tinha outros interesses. Tive a possibilidade de ir jogar para fora mas não quis. Depois deixei o golfe e voltei a dedicar-me mais aos estudos. Estive ano e meio sem estudar e agora fiz cadeiras complicadas. - E enquanto filho, foi rebelde? - Fui o mais rebelde dos três irmãos. Sou mais respondão do que eles. Eles são muito certinhos. Sempre fui o miúdo mais novo que gosta de ter as suas ideias e que é todo revolucionário. Mas nunca menti aos meus pais nem fiquei de castigo. Fui mais trabalhoso. - Por ser o mais novo, sentiu-se o mais protegido? - Talvez, até certo ponto. Lembro-me de a minha mãe dizer que houve um ponto de viragem. Eu sou muito mais novo que os meus irmãos e quando ficávamos sozinhos eu batia neles. Até que um dia a minha mãe apanhou-me e deixei de ser o protegido. Mas nunca fui mimado. - Tem uma relação próxima com os seus pais? - Tenho, sim, e com os meus irmãos também. - Aos 20 anos, começou a trabalhar e a ter de gerir o seu dinheiro. Eles ajudaram-no nessa tarefa? - Os meus pais deram-me bases para eu conseguir chegar a esta fase e gerir o meu dinheiro. Obviamente que foi um bocadinho mais cedo do que aquilo que estavam à espera. Desde os dez anos que os meus pais decidiram dar-me uma mesada no princípio do mês e eu tinha de a gerir. Nunca tivemos dificuldades, temos uma boa vida, mas os meus pais souberam ajudar-nos a dar a importância devida ao dinheiro e a saber geri-lo. Não sou muito esbanjador. Daí que quando cheguei a esta fase eu próprio já sabia o que havia de fazer. - Comprou alguma coisa especial com o dinheiro do primeiro ordenado? - Comprei uma aparelhagem, não sei porquê ainda tem o plástico. Queria marcar aquela data. Lembro-me de que fui buscar uma amiga e pedi-lhe que fosse comigo ao shopping. Disse-lhe que tinha de gastar dinheiro mas não sabia em quê. Vi uma aparelhagem e comprei-a. Não me arrependo, apesar de não a ter usado. - Quais são os seus maiores sonhos? - Em termos pessoais, o que me aflige é ver como as pessoas deixam de dar importância a tudo o que seja casamentos, relações de amizade e de amor. Aflige-me que as pessoas que me rodeiam criem essa instabilidade. Ter um núcleo de amigos com uma instabilidade a nível pessoal também é mau. Vejo os meus amigos mais velhos e poucos são os que se casam cedo e constituem família, menos são aqueles que mantêm isso até ao fim. Vejo os meus pais, que são casados há 27 anos e são felicíssimos, e gostava que isso fosse um exemplo para mim. Não me preocupo comigo mas sim com as pessoas que estão à minha volta, porque não consigo influenciar todos os meus amigos. Tenho medo que daqui a 20 anos seja a única pessoa que tem família e que está feliz. - Para si é muito importante constituir família? - É mesmo muito importante. - Em termos profissionais, o que é que ambiciona? - Num futuro próximo, gostava de poder vir a ser um bom actor e que as pessoas não me considerassem só um menino bonito. Sei que me vão considerar esforçado e profissional, porque sei que sou, e sei que só depende de mim ser mais do que isso. Ao mesmo tempo, espero ter sucesso no outro lado, na gestão, mas isso não é o meu maior sonho. INTIMIDADES - Quem gostaria de convidar para um jantar a dois? - O Nicolau Breyner. De vez em quando contacto-o para saber as suas opiniões sobre workshops, mas sinto sempre que o tempo é escasso. O que eu gostava era de estar três horas com ele, só os dois, e durante esse período pudesse perguntar tudo o que quisesse. - Não consigo resistir a... - ... pizza e sushi. - Se pudesse, o que mudava em si, no corpo e no feitio? - No feitio, era menos preguiçoso. No corpo, gostava de ter os abdominais mais definidos mas adoro pizza e isso não é compatível. - Sinto-me melhor quando... - ... o Benfica ganha e quando estou a trabalhar. - O que não suporta no sexo oposto? - O facto de acharem que nós, homens, somos todos iguais. - Qual é o seu pequeno crime diário? - Lanchar coisas que não devia, como arroz... - O que seria capaz de fazer por amor? - Atravessava o Atlântico. - Complete. A minha vida é... - ... uma loucura. PERFIL Lourenço Ortigão nasceu há 21 anos, em Lisboa. Fez um casting para integrar a série de Verão dos ‘Morangos com Açúcar' e ficou com o papel de protagonista. Actualmente está em gravações da nova novela da TVI, ‘Eclipse'. |